sexta-feira, 8 de junho de 2012

Como fugir do consumismo e da dependência da maioria dos produtos industrializados vivendo na cidade?


VIVER NA CIDADE IMITANDO A VIDA SIMPLES “DEI NOSTRI NONNI” ou voltar pro campo.

A obsessão de morar na cidade nos afastou definitivamente do campo? Este rompimento é irreversível?  Ou será que ainda há uma maneira de construir uma relação com a própria terra mesmo vivendo em contextos urbanos?   Quando sovo meu pão que eu mesmo faço em casa, ao fazer meu próprio queijo, sinto que nas minhas mãos revive a expertise, o saber fazer, do meu nono padeiro e da minha nona camponesa.   É como restabelecer um contato com eles, estar lado a lado com a geração dos meus pais. Faz a gente lembrar daqueles tempos que comprávamos coisas boas com bom preço.  Também a minha companheira, quando costura recupera o saber fazer da nona e da “mamma” costureira. Lembro da mãe que comprava os tecidos para fazer nossa roupa ou para recuperá-la. No fundo, no fundo, não precisa muito. Nós é que estamos iludidos pelos produtos chineses.  Para produzir parte da nossa própria comida gastamos menos de uma tarde por semana, inclusive nas compras das mercadorias em feiras de agricultores familiares ou camponeses que vendem produtos bons e sem produtos químicos, agrotóxicos, espessantes, acidulantes e conservantes.  Viver numa quadra residencial em Curitiba, São Paulo, Brasília ou em Matelândia no PR e construir ali um pequeno “locus” de autoprodução em harmonia com o mundo camponês é ao mesmo tempo um gesto revolucionário e conservador. Revolucionário, porque permite nos rebelarmos contra o mundo das mercadorias industrializadas e do consumismo, conquistando nova forma de liberdade, sem depender dos grandes centros comerciais. Conservador, porque permite resgatar a sabedoria dos nossos nonos, estabelecendo um ligação mais humana e direta com os camponeses de hoje. Aqui em Brasília, nem a comida feita pelos gaúchos que aqui moram, tem “gosto”. Fico me perguntando se é somente pela péssima qualidade dos ingredientes, todos industrializados. Cheguei à conclusão que não é só isto, aqui prima-se pelo lucro em primeiro lugar (leia-se extorsão, exploração, assalto). O cliente, a qualidade, são itens que não tem importância. Como todos vieram aqui para enriquecer, todo o ciclo  é  extorquidor. Aluguel esta na hora da morte, um almoço num restaurante razoável tem preços estratosféricos e caia num shopping para comprar roupas pra ver. Mel puro aqui é uma raridade. Doces de amora, de morango, de abóbora, só industrializados, se encontrar fora dos mercados é o olho da   cara  ou é  falsificado. O problema que aqui tem muitas feiras de agricultores, mas a maioria não é agricultor, pois aqui em Brasília, praticamente não existe o camponês, o que tem é o grande produtor de soja e este não vem vender na feira. Então, meu caro, somos roubados e enganados todos os dias. Também, o que vamos esperar de um povo que na maioria só sabe roubar e rezar? Esta semana está ocorrendo a EXPOTCHÊ aqui na capital federal. Vi alguns costelões sendo assados pensei, vou pedir uma porção pequena, pra matar a vontade. Sabe quanto: R$90,00 por porção.   EXPOTCHE que de “gaúcho” tem muito pouco. Mais de 80% das lojas eram de produtos que nada tinham a ver com o Rio Grande do Sul. Muitas eram de produtos CHINOS.

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